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domingo, 30 de outubro de 2011

É bíblico orar pelos mortos?


No dia 2 de Novembro é celebrado o dia de finados,conhecido também como dia dos mortos.Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. 


No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. 


No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de Novembro, porque 1 de Novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.


Porém a doutrina da Igreja Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. Segundo eles, a única referência a este tipo de prática estaria em II Macabeus 12,43-46. 


Porém não reconhecemos a canonicidade deste livro,e muito menos  a sua autoridade,que teve a sua inclusão na Bíblia somente após a Reforma Protestante,num ato chamado de Contra Reforma,para tentarem fundamentar seus erros  e apoiar suas doutrinas heréticas.


A crença na reencarnação,purgatório e o uso da mediunidade para se comunicar com os mortos são práticas totalmente contrárias as Escrituras Sagradas,Dt:18-10,13"...Entre ti não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,nem adivinhador,nem prognosticador,nem agoureiro,nem encantador de encantamentos,nem quem consulte um espírito adivinhante,nem mágico,nem quem consulte os mortos,pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor,e por estas abominações o Senhor,teu DEUS,as lança fora de diante de ti,perfeito será,como o SENHOR,teu DEUS...";Is:8-19,20"...Quando vos disserem:Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos,que chilreiam e murmuram entre os dentes,não recorrerá um povo ao seu DEUS?A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?..."apesar dos esforços para nos fazerem acreditar,a Bíblia é clara quanto a oposição de DEUS  à tais práticas,por isso está escrito em Hb:9-27..."E,como aos homens está ordenado morrerem uma vez,vindo depois disso o juízo..."


Sei também o quanto é difícil para aqueles que perderam entes queridos,entenderem e confiarem na onipotência,onisciência e onipresença de DEUS,pois há dois anos perdi meu pai,devido uma complicada enfermidade,sem contar tantos parentes,conhecidos e amigos que durante minha vida já se foram,o que resta é a dor da saudade,e muitos sem saber lidar com os sentimentos gerados pela morte de quem se ama,acabam agindo de forma contrária as Escrituras, e caem no erro de orar pelos mortos,e os consultá-los,sendo que o próprio DEUS proibiu.


Precisamos aprender com o rei Davi,que enquanto seu filho com Bate Seba,estava vivo,ele orava insistentemente a DEUS que o livrasse,entretanto,nos ensina como agir,após a morte da criança devido a doença que o afligia,"...então Davi se levantou da terra,e se lavou,e se ungiu,e mudou de roupa,e entrou na casa do SENHOR,e adorou.Então veio a sua casa e pediu pão,e lhe deram pão e comeu.E disseram-lhe  seus servos:Que é isto que fizeste?Pela criança viva jejuaste tu e choraste,porém,depois que morreu a criança,te levantaste e comeste pão.E disse ele:Vivendo ainda a criança,jejuei e chorei,porque dizia:Quem sabe se o Senhor se compadecerá de mim,e viva a criança?Porém,agora que é morta,por que jejuaria eu agora?Poderei eu fazê-la mais voltar?eu irei a ela,porém ela não voltará para mim.Então consolou Davi a Bate Seba,sua mulher,e se deitou com ela e teve relação com ela,e teve ela um filho,e chamou o seu nome Salomão,e o Senhor o amou..."2ºSm:12-20,24


Que lição,não é verdade?Davi nos ensina que devemos crer que um dia iremos nos encontrar nos céus junto com DEUS na eternidade,aqueles que um dia se foram,nós iremos a eles,morreremos também e se morrermos em Cristo,como também nossos amigos,parentes,pais,etc,estaremos todos juntos celebrando a majestade do Senhor nos céus,também nos ensina que devemos seguir em frente,continuar,prosseguir,avançar,como diz o ditado popular:"bola pra frente".Digo a você,se levante,você ainda está vivo,e a sua inércia e desgosto pela vida,fará outros sofrerem também,busque força em DEUS e Ele te ajudará.


Para continuarmos a nossa vida,não podemos distorcer o caráter de DEUS por causa das perdas,duvidando da sua bondade e misericórdia,fato geralmente comum na vida de pessoas que desconhecem ao Senhor e a sua palavra,e até mesmo de alguns que dizem conhecê-lo,não podemos culpá-lo pelos acontecimentos ruins,e pela morte de algum ente querido.


Muitos fatores podem resultar na morte de alguém,um exemplo disso é a insistência num caminho errado,uma vida promíscua,um jovem que vive na vida do crime,rouba e faz outras coisas,pode vir a morrer assassinado,ou uma pessoa que vive na bebedice pode vir a ter problemas de fígado e outros mais,e vir a falecer em decorrência  do alcoolismo,se formos refletir veremos quantas coisas o próprio ser humano faz,cavando a sua própria sepultura,como diz em Pv:14-25"...Há caminho que parece direito ao homem,mas o seu fim são os caminhos da morte..."


A morte é um resultado direto da queda Adâmica,Rm:3-23"...porque o salário do pecado é a morte...",ali no jardim do Éden o homem passou a morrer em três sentidos:
-espiritual:a separação de DEUS,e da comunhão com seu Espírito;
-física:a morte física por meio da degeneração do corpo humano;
-eterna:a condenação e separação eterna de DEUS,onde o ser humano é julgado conforme as suas obras,Jr:17-10"...Eu,o Senhor esquadrinho o coração,eu provo os rins,e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações..."Mt:16-27"...Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai,com seus anjos,e então dará a cada um segundo as sua obras...";Gl:6-7,8"...Não erreis:Deus não se deixa escarnecer(zombar),porque tudo que o homem plantar isso também ele colherá.Porque o que planta na carne,da carne colherá a corrupção,mas o que planta no Espírito,do Espírito colherá a vida eterna..."


Quem já morreu não pode fazer mais nada por nós que estamos vivos,e nem nós podemos fazer bem algum para quem já se foi,Jesus deixa isso claro na história contada aos seus discípulos em Lc:16-19,31;a passagem sobre o rico e o mendigo chamado Lázaro(leia),por isso aproveite a vida e as oportunidades de demonstrar o quanto você ama as pessoas,porque depois não adianta mais,filhos e filhas,honrem e amem seus pais enquanto eles estão vivos,da mesma forma os pais devem amar os filhos e filhas enquanto estão vivos,assim também devem ser os cônjuges,amigos,parentes e familiares,e irmãos em Cristo,deixe de lado a mágoa e ressentimento,e faça as pazes com quem te feriu,pois essa é a vontade de DEUS.
                                           Gilvan P.Guimarães         

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Critérios adotados para ordenação de pastores e obreiros nos dias de hoje!


 Infelizmente temos visto o mau testemunho de pastores e obreiros em geral,líderes totalmente despreparados atuando a frente da obra de DEUS,ferindo,magoando,trapaceando e tantas coisas mais,que só envergonham o nome de DEUS.


Já há algum tempo atrás tive a oportunidade de assistir durante um programa evangélico,a oferta de carteirinhas e certificados pastorais com direito a ordenação,isso me fez raciocinar e imaginar que tipo de cristão e líder oferece um curso desses,e o pior,quem são os que fazem tais cursos.Daí chego a conclusão,não é de se admirar,com o que vem acontecendo no cenário evangélico brasileiro,além de pagar para adquirir  a carteira de motorista,muitos "irmãos" compram também a carteira pastoral e de algum outro ofício eclesiástico......que tristeza.


Existe deficiências de caráter,de ética,e muito mais de temor  à DEUS,pois a ordenação de obreiros não têm seguido em nada o padrão deixado nas Sagradas Escrituras,pelo contrário tem se distanciado cada vez mais,devido à interesses políticos e pessoais.


Hoje a maioria dos escolhidos para exercício do ministério não tem em nada as qualificações descritas pela palavra de DEUS,são na verdade empresários ou donos de algum negócio,que tem um "dízimo alto",bajuladores e meninos espirituais que nunca saem da dependência do pastor,vivem um cristianismo acrítico,e sem discernimento espiritual,seduzidos pelo status que o ministério pode dar,não gostam e jamais participam de algum estudo bíblico,pois acham que já sabem de tudo,e não tem humildade suficiente para serem ensinados,vivem uma espiritualidade emocional e subjetiva,chegam até a duvidarem da palavra de DEUS  e da sua validade,atribuindo a elas somente um valor místico e esotérico,quando não um manual para enriquecer.


Estar na igreja e participar dos cultos não qualifica ninguém para o ministério,logicamente que o candidato ao ministério que não gostar de estar presente nos cultos está com sérios problemas espirituais,e precisa ser tratado antes de exercer algum trabalho na igreja e no Reino de DEUS,mas confundem as coisas e julgam pelas aparências,DEUS não escolhe ninguém devido seus próprios méritos,e sim por causa da sua graça e misericórdia,a grande maioria dos profetas bíblicos quando chamados por DEUS não viam em si mesmos condições de exercer o chamado divino,mas hoje é diferente,muitos se acham capacitados e insubstituíveis na obra de DEUS,brigando e causando divisões para realizarem seus desejos egoístas.


Todo obreiro deve ter convicção do seu chamado,se dedicar no estudo das sagradas letras,buscar direção do Senhor para saber em qual ministério atuar.


E quanto aos líderes que separam obreiros para ingressarem na obra de DEUS,não deixem ser levados pela aparência e sim pela direção que DEUS der através do seu Espírito e da sua Palavra,pois Ele é o Senhor da seara,e chama os seus trabalhadores,há não posso esquecer,não tenham medo de ordenar ninguém,por pensar que perderão seu ministério ou o respeito dos membros,se você tem se sentido incapaz busque em DEUS,e não impeça ninguém de crescer e fazer aquilo para que foi chamado.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Halloween



O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos (não existe referências de onde surgiram essas celebrações).


História 
A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão").
A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:


Origem Pagã
A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de Novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.


Origem Católica
Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de Maio, mas o Papa Gregório III († 741) mudou a data para 1º de Novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior 31 de Outubro. Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".


Etimologia
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e 1° de Novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening -Hallowe'en - Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.


Outra hipótese é que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.


A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.


Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas".


Atualmente
Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.


Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos "disfarces", muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra e a peste bubônica dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças da morte ou danças macabras.


Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém)


Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), teve origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500-1700). Nesse período, os católicos ingleses foram privados dos seus direitos legais e não podiam exercer nenhum cargo público. Além disso, foram lhes infligidas multas, altos impostos e até mesmo a prisão. Celebrar a missa era passível da pena capital e centenas de sacerdotes foram martirizados. Produto dessa perseguição foi a tentativa de atentado contra o rei protestante Jorge I. O plano, conhecido como Gunpowder Plot ("Conspiração da pólvora"), era fazer explodir o Parlamento, matando o rei, e assim dar início a um levante dos católicos oprimidos. A trama foi descoberta em 5 de Novembro de 1605, quando um católico converso chamado Guy Fawkes foi apanhado guardando pólvora na sua casa, tendo sido enforcado logo em seguida. Em pouco tempo a data converteu se numa grande festa na Inglaterra,que perdura até hoje,muitos protestantes a celebravam usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo lhes: trick or treat (doce ou travessuras)


Mais tarde, a comemoração do dia de Guy Fawkes chegou à América trazida pelos primeiros colonos, que a transferiram para o dia 31 de Outubro, unindo a com a festa do Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses. Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa


Novos elementos do Halloween
A celebração do 31 de Outubro, muito possivelmente em virtude da sua origem como festa dos druidas, vem sendo ultimamente promovida por diversos grupos neo-pagãos, e em alguns casos assume o caráter de celebração ocultista. Hollywood fornece vários filmes, entre os quais se destaca a série Halloween, na qual a violência plástica e os assassinatos acabam por criar no espectador um estado de angústia e ansiedade. Muitos desses filmes, apesar das restrições de exibição, acabam sendo vistos por crianças, gerando nelas o medo e uma idéia errônea da realidade.Na celebração atual do Halloween, podemos notar a presença de muitos elementos ligados ao folclore em torno da bruxaria. As fantasias, enfeites e outros itens comercializados por ocasião dessa festa estão repletos de bruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmas e monstros.


Abóbora
A lanterna vegetal chamada de "Jack-o'-lantern" em inglês, em Portugal chama-se coca e no Brasil existe um personagem de folclore chamado Cuca. Em Portugal, a Abóbora do Dia das Bruxas e é uma tradição ancestral.


Coca: papão; abóbora vazia (ou panela) com buracos representativos dos olhos e da boca com uma luz dentro, para meter medo, à noite; feiticeira.




domingo, 23 de outubro de 2011

Batalha espiritual,cuidado com exageros e heresias!


O ser humano é curioso por natureza,e é facilmente atraído por assuntos que transcendem o mundo natural,notamos isso com a grande procura por livros e filmes de terror,demônios,anjos,vampiros,lobisomens e coisas do gênero,mas atrás de conhecer o mundo espiritual e os mistérios que o cercam,alguns de forma errada terminam  adorando anjos a serviço de DEUS,que na verdade são apenas espíritos ministradores a serviço daqueles que hão de herdar a salvação,conforme descreve o livro de Hebreus:1-14"Não são,porventura,todos eles espíritos ministradores,enviados para servir  a favor daqueles que hão de herdar a salvação?',e um anjo de DEUS jamais permitirá que alguém o adore ,Ap:22-8,9"E eu,João sou aquele que vi  e ouvi estas coisas.E,havendo-as ouvido e visto,prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava,para o adorar.E disse-me:Olha,não faças tal,porque eu sou conservo teu e de teus irmãos,os profetas,e dos que guardam as palavras deste livro.Adora a DEUS..."ídolos,e divindades pagãs são na verdade demônios,anjos maus que se opõem as coisas de DEUS,1ªCo:10-19,20"Mas que digo?Que o ídolo é alguma coisa?Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?Antes,digo que as coisas que os gentios sacrificam,as sacrificam aos demônios,e não a DEUS.E não quero que sejais participantes com os demônios..." eles agem desviando atenção para si,e roubando a glória,adoração e louvor que pertencem só à DEUS,não cultuamos à anjos,mas sim a JESUS,o nome que está acima de todo nome,Fl:2-8,10"E,achado na forma  de homem,humilhou-se a si mesmo,sendo obediente até a morte,e morte de cruz.Pelo que DEUS o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo nome,para que ao nome de JESUS se dobre todos joelhos dos que estão nos céus,e na terra,e  debaixo da terra,e toda língua confesse que JESUS CRISTO é o SENHOR,para glória de DEUS PAI..." .


Existe também uma supervalorização do termo "batalha espiritual",levando pessoas a se preocuparem demais com demônios e com o próprio diabo,cristãos que não conseguem mais fazer uma oração sem tocar no nome do diabo,suas orações perderam o foco,e não se fala mais com DEUS no nome de JESUS,e sim com o diabo e com seus demônios.


A banalização do termo deve-se também  a enxurrada de material herético nesta área,livros,apostilas,cd's,dvd's,e ministérios que promovem estudos de libertação e batalha espiritual,baseados em revelações extra bíblicas,sonhos e visões que nada tem a ver com a palavra de DEUS,dando nome a demônios,falando o cheiro ou odor que exalam,delimitando a área geográfica em que atuam,chegando até a entrevista-los tirando o tempo do culto que deveria ser para louvor e adoração à DEUS e para a pregação da Santa Palavra do Senhor.Presenciamos estarrecidos cristãos buscando entendimento do mundo espiritual no ocultismo,com pessoas que dizem ter saído dele,"ex-pais e mães de santos" e "ex-bruxos  e ex-bruxas"sendo chamados para atuarem na área do ensino,quando precisam aprender  e serem discípulados,precisamos abrir os nossos olhos,para não sermos enganados por falsos mestres,2ªCo:11-13,14"Porque tais apóstolos são na verdade obreiros fraudulentos,transfigurando-se em apóstolos de Cristo,e não é maravilha,porque até Satanás se transfigura em anjo de luz..."


Infelizmente há muito lixo nesta área,editoras que publicam livros de pseudos "homens e mulheres de DEUS"sem o menor cuidado e temor,visando apenas o lucro financeiro,fingindo não ver o de serviço que têm feito para o Reino de DEUS.Necessitamos seguir o exemplo deixado pelos crentes da cidade de Beréia,descrito em Atos:17-11b"porque de bom grado receberam a palavra,examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim..." 


Busquemos o dom de discernir espírito,1ªCo:11-10..."a outro o dom de discernir espíritos..."o crescimento espiritual,2ªPe:3-18"Antes,crescei na graça e no conhecimento de nosso SENHOR e SALVADOR JESUS CRISTO...",para não sermos como meninos levados por todo vento de ensino,Ef:4-14"...para que não sejamos mais meninos inconstantes,levados em roda de doutrina,pelo engano dos homens que,com astúcia,enganam fraudulosamente..."e assim sairmos vitoriosos desta grande batalha,a vida cristã......

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Umbanda!




Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. A palavra umbanda deriva de m'banda, que em quimbundo significa "sacerdote" ou "curandeiro".


Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível,pois todas as "umbandas" têm suas razões de existir e de serem cultuadas.

Origem da Umbanda
As raízes da umbanda são difusas. Segundo os umbandistas, ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas.


Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos-velhos, caboclos, crianças), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de umbanda.


Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.


Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda.


A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.


Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.


Fundamentos
Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.


Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de umbanda. São eles:


A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Zambi para pretos-velho, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo "deus".


A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;


O culto aos orixás como manifestações divinas (alguns umbandistas cultuam a chamada umbanda branca ,esta no entanto não cultua os orixás, sendo unicamente voltada ao culto se caboclos, pretos velhos e crianças), em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;


A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";


O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;


Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;


A crença na imortalidade da alma;


A crença na reencarnação e nas leis cármicas;


Um Deus único e superior
Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.


Orixás
Os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Orisha é uma palavra yoruba para designar um ser sobre-humano, ou um deus.


Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi.


Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete.


Os orixás não são originários da umbanda, muito antes eles já eram reverenciados nas terras africanas por diversas tribos. Muitos deles não se tornaram conhecidos aqui no Brasil, e até mesmo nas tribos africanas cada uma possuía seu orixás e desconhecia outros que eram cultuados em tribos diferentes.


Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, desta maneira os diversas orixás de tribos distantes se encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé. Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.


Nesta visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu.


No nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação. 


Sincretismo
A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc).


A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.


A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".


Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.


Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá.


Alguns exemplos:
Exu - Santo Antonio no Rio de Janeiro, chamado de Bará no Rio Grande do Sul;
Oxumaré - São Bartolomeu no Brasil
Ogum - São Jorge, principalmente no centro-sul do Brasil e Santo Antonio na Bahia;
Oxossi - São Sebastião; principalmente no centro-sul do Brasil, São Jorge na Bahia;
Xangô - São Jerônimo,São João Batista, São Miguel Arcanjo
Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes; Nossa Senhora da Conceição; Nossa Senhora da Glória
Oxum - Nossa Senhora da Conceição; Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Iansã - Santa Bárbara;
Omulu - São Roque;
Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc
Obaluaê - São Lázaro;
Nanã - Sant'Anna;
Ibeji - Cosme e Damião;
Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.


O culto umbandista
A umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.


O chefe do culto no Centro é o pai ou mãe de santo. São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam os cultos/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.


Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.


Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.


Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os orixás.


Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.


Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.


Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.


Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser pretos-velhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baianos, orientais, xamãs e exus.


As sessões de Umbanda
O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.


Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.


As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego na umbanda.


No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.


O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exu de umbanda Exus (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão.


Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.


Médiuns
Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de espíritos).


A umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.


Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar.


Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.


As Linhas da Umbanda Sagrada
-Linha Sentido Orixá Positivo Orixá Negativo Sentimento
-Cristalina Oxalá Oyá Religiosidade
-Mineral Amor Oxum Oxumaré Concepção
-Vegetal Raciocínio Oxossi Obá Conhecimento
-Ígnea Razão Xangô Iansã Justiça
-Eólica Equilíbrio Ogum Egunitá Lei
-Telúrica Saber Obaluaiê Nanã Evolução
-Aquática Geração Iemanjá Omulu Maternidade


Atente-se que este panteão é próprio à Umbanda direcionada por Rubens Saraceni, havendo inconsistências em relação a outras escolas. Por exemplo, ao passo que, tradicionalmente, Oyá, Iansã e Egunitá são um mesmo Orixá, o autor o dissocia em três divindades separadas.


Polêmicas dentro das "umbandas"
Sacrifício ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de umbanda. Entretanto apenas algumas linhas que se dizem umbanda usam o sacrifício de animais, como em Almas e Angola. Porém, isso ocorre por uma mistura de religiões, pois na Umbanda não se usam elementos como sangue, somente agua. velas, fumos, cachaças.


O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.


Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.


Uso de bebidas alcoólicas
Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu;


Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam);


Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).


Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual.


Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos,abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz.


Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição.


É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.


Paramentos
Na umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.


Mas há umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.


Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto.


Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando.


Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.


Uma outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Macumba



O conceito da macumba está tão arraigado na cultura popular brasileira, que são comuns expressões como "xô macumba" e "chuta que é macumba" para demonstrar desagrado com a má sorte. As superstições nesse sentido são tão grandes, que até mesmo para a Copa do Mundo foram criados sites para espantar o azar. São também muito comuns amuletos que vão desde adereços até objetos que remetem aos utilizados nos cultos religiosos.


Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os bantos, como o Candomblé e a Umbanda.


Entretanto, ainda que macumba seja confundida com o Candomblé e a Umbanda (que na verdade macumba é considerada uma das raízes de Umbanda e Candomblé) , os praticantes e seguidores dessas religiões recusam o uso da palavra para designá-las.Outras acepções para o termo macumba são:


Macumba, na acepção popular do vocábulo, é mais ligada ao emprego do ebó, feitiço, "despacho", coisa-feita, mironga, mandinga, muamba;


Palavra usada no sentido pejorativo para se referir ao candomblé ou à umbanda,diz-se mais comumente macumba que candomblé, no Rio de Janeiro, e mais candomblé do que macumba, na Bahia.


Câmara Cascudo: "Ainda ao tempo das reportagens de João do Rio os cultos de origens africanas no Rio de Janeiro chamavam-se, coletivamente, candomblés, como na Bahia, reconhecendo-se contudo, duas seções principais: os orixás dos cultos nagôs e os alufás dos cultos muçulmanos (malês) trazidos pelos escravos. Mais tarde o termo genérico 'macumba', foi substituído por Umbanda. 


Meio século após a publicação de 'As Religiões do Rio', estão inteiramente perdidas as tradições malês e em geral os cultos, abertos a todas as influências, se dividem em terreiros (cultos nagôs) e tendas.


No livro de 1904 As Religiões no Rio Paulo Barreto, sob o pseudônimo de João do Rio escreveu: “Vivemos na dependência do feitiço, dessa caterva de negros e negras de babaloxás e yauô, somos nós que lhes asseguramos a existência, com o carinho de um negociante por uma amante atriz. O feitiço é o nosso vício,mas o nosso gozo, a degeneração. Exige, damos-lhe; explora, deixamo-nos explorar e, seja ele maitre-chanteur, assassino, larápio, fica sempre impune e forte pela vida que lhe empresta o nosso dinheiro.” Macumba era definida por toda e qualquer manifestação mediúnica de curandeiros, pais-de-santo, feiticeiros, charlatões, e todos aqueles que se dispunham a intervir junto às forças invisíveis do além apenas em troca de dinheiro e poder. 


Prandi, 1991 "E a macumba carioca, portanto, pode bem ter se organizado como culto religioso na virada do século, como aconteceu também na Bahia. Não vejo, pois, razão para pensá-la como simples resultante de um processo de degradação desse candomblé visto no Rio no fim do século por João do Rio, essa macumba sempre descrita como feitiçaria, isto é, prática de manipulação religiosa por indivíduos isoladamente, numa total ausência de comunidades de culto organizadas. Arthur Ramos fala de um culto de origem banto no Rio de Janeiro na primeira metade do século, cultuando orixás assimilados dos nagôs, com organização própria, com a possessão de espíritos desencarnados que, no Brasil, reproduziram ou substituíram, por razões óbvias, a antiga tradição banto de culto aos antepassados (Ramos, 1943, v.1, cap. XVIII)


São cultos muito assemelhados aos candomblés angola e de caboclos da Bahia, registrados por Edison Carneiro, que já os tratava como formas degeneradas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Bruxaria



A palavra bruxaria, segundo o uso corrente da Língua Portuguesa, designa as faculdades sobrenaturais de uma pessoa que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção que ultrapassa os conceitos "morais" da época. É também utilizada como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria.


Para os bruxos atuais, contudo, a bruxaria é o culto à Deusa e/ou ao Deus em sistemas que variam de uma deidade única hermafrodita ou feminina à pluralidade de panteões antigos, mais notadamente os panteões celta, egípcio, assírio, greco-romano e normando (viking).


Feiticeiro seria aquele que realiza feitiços, seja ele designado como bruxo ou não, e feitiço, o gênero de magia cujo objetivo é interferir no estado mental, astral, físico e/ou na percepção que outra pessoa tem da realidade. A magia, incluindo a feitiçaria, faz parte do conhecimento preservado pelos bruxos, muito embora não seja o foco central da bruxaria.


É conveniente notar que Bruxaria é algo diferente e indepentende do Paganismo e do Neopaganismo, apesar de muitos confundirem estes em função da corrente moderna de hibridização de cultos.


Há uma grande confusão, entre os leigos, acerca de bruxaria tradicional e moderna. A bruxaria tradicional tem suas raízes nos cultos a deidades pertencentes a determinadas áreas geográficas, que podem datar de períodos pré-históricos, o que pode torná-la em parte irmã ou filha de antigas práticas e cultos xamânicos. Historicamente, o papel social das bruxas tradicionais era basicamente a prestação de auxílio à população: como adivinhas, parteiras, curandeiras, conselheiras ou até mesmo alcoviteiras.


A literatura pré inquisitorial apresenta a bruxa, entretanto, como uma figura cercada de brumas: uma eremita das florestas (imagem das bruxas preservada nos contos de fadas), moradora de ilhas misteriosas (como Circe) ou personagens de quem pouco se esclarece (contos árabes). Poderia curar ou matar através de poções ou filtros e agia em concordância com a moralidade típica da natureza, incompreensível aos não bruxos, no seu entender, indomada, caótica e imprevisível. Entre as artes pelas quais são conhecidas em tais contos estão a necromancia (ou nigromancia), que é o contato com os espíritos dos mortos, elementais, deidades e demais entidades presentes em outros planos da existência, a adivinhação e o conhecimento do potencial das ervas. Poderiam concomitantemente servir como sacerdotisas de algum culto, mas não necessariamente, sobrevivendo à ação do tempo e mudança da mentalidade do povo, e até mesmo à chegada de novas religiões, às quais teriam se adaptado para dar continuidade a esta tradição. Como tal, em tais contos a Bruxaria Tradicional não se definiria necessariamente como religião, mas como tradição circunscrita a um limite geográfico.


Porém, paralelamente às histórias mitológicas e de ficção, algumas poucas linhagens de bruxaria tradicional sobreviveram à inquisição e, como toda associação de pessoas, evoluiram ao longo do tempo. Tenha ou não sido importante às bruxas e bruxos da Antiguidade e da Idade Média, hoje é indubitável que o cerne da bruxaria tradicional é a interação com as deidades, da mesma forma que qualquer religião.


A bruxaria moderna, por outro lado, embora se relacione firmemente com a Bruxaria Tradicional, surge historicamente com Gerald Gardner, com a criação da Wicca no ano 1950 da Era Comum. 


Apesar de a bruxaria tradicional ter absorvido elementos modernos às suas raízes folclóricas e evoluindo continuamente, seu eixo fundamental é bastante distinto do da bruxaria moderna, pois Gardner não apenas adotou novos elementos, mas tornou alguns destes em bases fundamentais da Wicca, amalgamando-os de forma indissolúvel em um hibridismo com cultos pagãos e conceitos de origem oriental. Agrava-se a confusão entre bruxaria moderna e bruxaria tradicional ao ter se tornado recorrente o uso da expressão "wicca tradicional" para designar aqueles cuja linhagem iniciática remonta a Gerald Gardner.


Dois princípios básicos na bruxaria
A Bruxaria, sendo caracterizada pela liberdade de pensamento, acaba por apresentar um amplo leque de linhas de pensamento e de vertentes de características bastante distintas, entretanto, alguns elementos em comum podem ser apresentados a fim de que se tenha melhor compreensão do significado da bruxaria. Elencamos dois princípios comuns, em especial, que ao mesmo tempo que ajudam a compreensão, afastam conceitos equivocados calcados em histórias infantis e preconceitos medievais à prática da bruxaria.


O Respeito ao Livre-Arbítrio - Nenhum verdadeiro bruxo buscará doutrinar aqueles que têm outro credo. Para os bruxos, a fé só é verdadeira se resulta de escolha individual e espontânea. Nenhum verdadeiro bruxo realizará qualquer tipo de magia no intuito de se beneficiar de algo que prejudicará outra pessoa. Para os bruxos, cada um tem seu próprio desafio a enfrentar. Usar de qualquer subterfúgio para escapar dos desafios que se apresentam é apenas adiar uma luta que terá de ter lugar nesta ou em outras vidas. Adiar problemas é o mesmo que acumulá-los para as próximas encarnações.


A Comunhão com a Natureza - O verdadeiro bruxo respeita a natureza, e por natureza ele entende absolutamente tudo o que não é feito pelo homem, inclusive os minerais. Quando preserva a natureza, suas preocupações não são a viabilidade da manutenção da vida humana na Terra, o verdadeiro bruxo respeita a natureza simplesmente porque se sente parte dela, porque a ama. Os bruxos não acham que a natureza está à sua disposição. Os homens, os minerais, os vegetais e toda a espécie de animal são apenas colegas de caminhada, nenhum mais ou menos importante que o outro. Ainda assim, matam insetos que lhes incomodam e arrancam mato que cresce nos canteiros de flores sem dramas de consciência. Não são falsos em suas crenças nem românticos idealistas. Acreditam que conflitos fazem parte da natureza


Caça às bruxas
A caça às bruxas foi uma perseguição social e religiosa que começou no final da Idade Média e atinge seu apogeu na Idade Moderna. O mais famoso manual de Caça às Bruxas é o Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras), de 1484.


No passado os historiadores consideraram a Caça às Bruxas européia como um ataque de histeria supersticiosa que teria sido forjada e espelhada pelo Cristianismo. Seguindo essa lógica, era "natural" supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era maior, ou seja: antes da Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos conflitantes. Nessa visão, embora houvesse ocorrido também julgamentos no começo do período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais. Pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente, descobriu-se que o momento mais forte da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1550 e 1650, juntamente com o nascimento da celebrada "Idade da Razão".


Na Idade Média
Ulricus Molitoris.
Virtualmente todas as sociedades anteriores ao período moderno reconheciam o poder das bruxas e, em função disso, formularam leis proibindo que crimes fossem cometidos através de meios mágicos. O período medieval não foi exceção, e podemos encontrar as caças às bruxas desde o auge da civilização babilônica. Esta suspeita costumava recair sobre as mulheres estrangeiras e suas estranhas práticas.


As posturas tradicionais começaram a mudar perto do fim da Idade Média. Pouco depois de 1300, na Europa Central, começaram a surgir rumores e pânico acerca de conspirações malígnas que estariam tentando destruir os reinos cristãos através de magia e envenenamento. Falava-se de conspirações por parte dos muçulmanos e de associações entre judeus e leprosos ou judeus e bruxas. Depois da enorme devastação decorrente da peste negra (que vitimou 1/3 da população européia entre 1347 e 1350) esses rumores aumentaram e passaram a focar mais em supostas bruxas e "propagadores de praga".


Casos de processo por bruxaria foram aumentando lentamente, mas de forma constante, até que os primeiros julgamentos em massa apareceram no Século XV.


Na Idade Moderna
Em 1484 foi lançado o livro Malleus Maleficarum, pelos inquisitores Heinrich Institoris e Jakob Sprenger, livro este tão doentio que foi prontamente recusado pelo bispo que o encomendou tendo seus dois autores sido posteriormente escomungados por continuarem o publicando,Com 28 edições esse volumoso manual define as práticas consideradas demoníacas ele se torna uma espécie de bíblia da caça às bruxas e vai ter grande influencia do outro lado do Atlântico séculos depois sobre as comunidades puritanas nos EUA tendo sido utilizado no famoso caso das bruxas de Salen.


Ao surgirem as primeiras ondas da Reforma Protestante o número de julgamentos chega a diminuir por alguns anos. Entretanto, em 1550 a perseguição cresce novamente, dessa vez atingindo níveis alarmantes. Esse é o período mais sanguinário da história, que atingiu tanto terras católicas como protestantes e durou de 1550 a 1650. Depois desse período os julgamentos diminuem fortemente e desapareceram completamente em torno de 1700.


Novas visões históricas
A partir dos anos 70 do século XX, os historiadores passaram a estudar detalhadamente os registros históricos de julgamentos, ao invés de confiar apenas nos relatos dos casos mais famosos e outras fontes pouco seguras. A nova metodologia trouxe mudanças significativas na compreensão que se tinha deste período. Vejamos algumas das ideias chaves dessa nova visão:


A "Caça às Bruxas" na Europa começou no fim da Idade Média e foi um fenômeno religioso e social da Idade Moderna. A situação assumiu tamanha dimensão, também devido às populações sofrerem frequentemente de maus anos agrícolas e de epidemias, resultando elevada taxa de mortalidade, e dominadas pela superstição e pelo medo. A maior parte das vítimas foram julgadas e executadas entre 1550 e 1650. A quantidade de julgamentos e a proporção entre homens e mulheres condenados poderá variar consideravelmente de um local para o outro. Por outro lado, 3/4 do continente europeu não presenciou nem um julgamento sequer. A maioria das vítimas foram julgadas e executadas por tribunais seculares, sendo os tribunais locais, foram de longe os mais intolerantes e cruéis. Por outro lado, as pessoas julgadas em tribunais religiosos recebiam um melhor tratamento, tinham mais chances de poderem ser inocentadas ou de receber punições mais brandas.


O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil, e destes, cerca de 25% foram homens. Mulheres estiveram mais presentes que os homens, e também enquanto denunciantes, e não apenas como vítimas. A maioria das vítimas eram parteiras ou curandeiros; mas a maioria não era bruxa. A grande maioria das vítimas eram da religião cristã, até porque a população pagã na Europa na época da caça às bruxas, era muito reduzida.


Estudos recentes vêm apontar que muitas das vítimas da "Caça as Bruxas", bem como de muitos "casos de endemoniados", teriam sido vítimas de uma intoxicação. O agente causador era um fungo denominado Claviceps purpurea, um contaminante comum do centeio e outros cereais. Este fungo biossintetiza uma classe de metabólitos secundários conhecidos como alcalóides da cravagem e, dependendo de suas estruturas químicas, afectavam profundamente o sistema nervoso central. Os camponeses que comeram pão de centeio (o pão das classes mais pobres) contaminado com o fungo, eram envenenados e desenvolveram a doença, atualmente denominada de ergotismo.


Em alguns casos, também verificou-se alegações falsas de prática de "bruxaria" e de estar "possuído pelo demônio", com o fim de se apropriar ilicitamente de bens alheios ou como uma forma de vingança.

Cientologia



A Cientologia é um sistema de crenças fundado em 1952 pelo autor de ficção cientifica L. Ron Hubbard (1911-1986, nascido em Tilden, Nebraska). A Cientologia foi oficializada em 1954. Esta religião baseia-se nos livros de Hubbard Dianética: A Moderna Ciência da Saúde (1950), Dianética: A Evolução da Ciência e Ciência da Sobrevivência. Hubbard considerava a Dianética como uma subdisciplina da Cientologia. Até morrer, em 1986, Hubbard publicou centenas de livros sobre cientologia e apenas alguns sobre Dianética. A doutrina tem influências de outras religiões, como o hinduísmo e o budismo, e de ciências humanas, como a psicologia.


Descrição
Mito da Criação
Segundo a Cientologia há 75 milhões de anos; vários planetas se reuniram numa "confederação das galáxias", governada por um líder maléfico chamado Xenu. Como os planetas estavam com problemas de superpopulação, Xenu mandou bilhões de seus habitantes para Terra, em espaçonaves parecidas com os Douglas DC-8, onde foram jogados dentro de vulcões (razão pela qual o livro dianética possui um vulcão na capa) e mortos com bombas de hidrogênio. Seus espíritos que foram recapturados e reunidos em cachos (como uvas, ou talvez bananas) - chamados de "thetans" (em português, "tetões") - são os seres humanos


Dogmas
Os dogmas centrais da seita são baseados na crença de que uma pessoa é um ser espiritual imortal (referido como "thetan" ou "tetão"), dotado de mente e corpo, ambos basicamente bons, que buscam a sobrevivência. A Cientologia assegura que a sobrevivência do homem depende de si mesmo, de outras pessoas e da sua interação com a comunidade cósmica. Uma pessoa tem as suas limitações autodidatas, e seus atos nocivos podem ser atribuídos em parte a uma porção inconsciente da sua mente, chamada "mente reativa" ou "barreira".Esta porção da mente, acredita-se, é utilizada para guardar eventos passados guardados no inconsciente, traumas físicos e emocionais, os quais podem ser reativados por ocasião de estresses. A porção consciente da mente humana é referida como "mente analítica".


A prática principal da Cientologia e da dianética é uma atividade conhecida como "audição" ou "auditoria" (do inglês auditing), que procura levar um adepto a um estado de clareza, numa libertação das influências da mente reativa. A prática é executada por um conselheiro chamado "ouvidor", que dirige uma série de perguntas ao interessado para entender e gravar as suas responsabilidades e conhecimentos adquiridos. O objetivo é capacitar o interessado a restabelecer o controle volitivo e de percepção do material previamente guardados na sua mente reativa.


A forma inicial do processo dianético, ainda praticado hoje, envolve um cenário reminiscente da psicanálise freudiana, com o analisado deitado, recostado num sofá e num estado reflectivo chamado "devaneio dianético" enquanto o analista, sentado próximo numa cadeira toma notas, propondo perguntas e respostas sobre as declarações do analisado e um número "indicativo" fisiológico.


Algumas formas avançadas de auditoria empregam um dispositivo chamado eletropsicômetro de Hubbard ("E-Meter"). Esse dispositivo mede as trocas na resistência elétrica da pele do analisado, fazendo passar 1/2 volt através de um par de tubos, de chapa de zinco, cheios de uma solução química, apoiados na pele para medir as ondas e gravá-las, enquanto se ouve o analisado. Estas trocas pequenas na resistência elétrica, conhecida como resposta galvânica, são similares àquelas obtidas pelo polígrafo.Máquinas análogas são aceites por adeptos da igreja por serem mais seguras e sensíveis ao estado mental do analisado do que o fisiológico "Indica" da recente dianética.


Estas práticas da Cientologia são custosas, podendo variar de US$ 750,00 a US$ 8.000,00.Outras atividades das igrejas da cientologia são cultos aos domingos, aulas formais, batismos, casamentos e cerimônias religiosas. Também procuram e visitam um número básico de comunidades para atividades caritativas, como fornecimento de comida, combate ao uso de drogas e ao analfabetismo.


Relação com outras religiões
A Cientologia alega que desde o início teve as suas crenças e práticas compatíveis com outras religiões.Alega também gozar de boas relações e reconhecimento com os cristãos, budistas e outras, por décadas, antes de ser formalmente reconhecida e isenta de taxas como organização religiosa e de caridade pelo governo dos EUA, em 1993, após uma longa batalha legal. Supostamente foi reconhecida, em 1994, pelo conselho dos budistas xinto (Yu-itsu-shinto) com sede no Japão, não só estendendo o reconhecimento oficial da cientologia, mas tomando a si a tarefa de treinar inúmeros monges nas crenças e práticas adjuntas às meditações e orações. No entanto esta afirmação (como muitas das anteriores) tem credibilidade duvidosa e não foi confirmada até o momento por fontes externas à cientologia. Seria supostamente uma ocorrência da tradição de algumas religiões orientais de assimilação ou adoção de elementos de outras crenças que se não contradigam diretamente com os seus princípios. Alega-se que isto ocorreria devido à reflexão do fato de Hubbard reconhecer a força oriental e especificamente a influencia Budista na formação da sua própria filosofia.


Escândalos e Polémicas
Críticos da Cientologia apontam para a falta de base científica para o E-meter e outras práticas. Em resposta contraditória, a igreja clama que a cientologia é uma religião e não ciência não dando suporte a pesquisas científicas e diz que da mesma forma que o polígrafo usa a condutividade elétrica da pele para indicar se estão sendo agradáveis as questões e respostas, pode ser um instrumento que mede respostas galvânicas. Também nos serviços gratuitos aos domingos, em leituras e semelhantes, membros são convidados para dar aulas, exercícios, sessões de conselhos, média de doações fixas sem obrigações, em alguns casos de milhares de dólares. Geralmente as altas expectativas de doações são para as mais avançadas atividades de iniciação. Críticos dizem que é impróprio fixar doações para serviços religiosos e portanto a atividade não é religiosa. A igreja diz que quase todas as classes de exercícios e aconselhamentos podem também ser comercializados de forma agradável ou executados cooperativamente por estudantes, sem custos, e que os membros mais devotados de uma ordem eclesiástica necessitam de donativos, não para serviços e sim de fato para suporte de toda a igreja.


Outras práticas tais como dispensar a fixação de donativos pela Igreja católica ou fixação de dízimos com outras denominações são levantadas como evidência de uma antiquada tradição religiosa de fixar donativos. Em muitos países, como a Alemanha estes donativos tornaram-se obrigatórios por ação do governo, como um imposto.


Críticos frequentemente atacam a organização chamada de "Igreja da Cientologia", acusando-a de "lavagem cerebral" e outras táticas para influenciar membros para doar grandes quantidades de dinheiro em cultos práticos padronizados. Membros negam que este seja o caso e inúmeros líderes da comunidade psicológica publicaram trabalhos defendendo fortemente a validade da "lavagem cerebral" afirmado pelos relatos chamando-os de "cultos".


Enquanto os rumores de que Hubbard apostara com Robert A. Heinlein que ele iria criar uma religião seja certamente falso,outros reivindicam que tinham conhecimento que durante 1949 Hubbard passou para outras pessoas as intruções que iniciariam um bom caminho para ganhar dinheiro. Escritor e editor Lloid Arthur Eshbach, por exemplo, refere-se a Hubbard dizendo "Vou criar uma religião. É o que dá dinheiro". O escritor Theodore Sturgeon refere que Hubbard fez similar afirmação na Sociedade de Ciência da Fantasia de Los Angeles. A Igreja de Cientologia negava estas declarações e suplicara ao editor para negá-las. Membros diziam que a verdade ou a falsidade de tais alegações eram irrelevantes e asseguravam que na igreja encontrariam suas necessidades espirituais.


Do ponto de vista da censura dizia-se que a Igreja oficial procurava um seguidor ou outro para romper o contato com a família e amigos que tinham antagonismo pela sua religião (um hábito comum a muitas seitas). Em resposta a Igreja expulsava os que eram usados para policiar, chamando este ato de desconexão, tendo como alvo assegurar a paz espiritual dos seguidores em face das pessoas que os criticavam por sua filiação. A prática atual corrente da igreja aponta para isto; que se requeira aos membros que tiverem significantes confusões originadas em suas famílias e com amigos para cessar a sua participação nos serviços da igreja e não os retome até as suas diferenças com eles terminem e que fiquem só no passado.


Críticos igualmente reclamam terem percebido os segredos sobre os ensinamentos da Cientologia, afirmando que a igreja reconhece os mais sutis graus de iniciação mostrando que há ensinamentos talvez entendidos como místicos, e que servem somente para os mais esclarecidos e serenos espíritos. 


Por outro lado os crentes são convidados a comprar ou adquirir nas livrarias mais de 300 diferentes livros que versam sobre os ensinamentos e as práticas da igreja salvo os considerados secretos. No caso da Igreja da Cientologia vs. Fishman e Geertz o autor cientologista Steven Fishman descreve em sua defesa algumas destas propostas secretas com documentos da "Operação Thetan" atribuídos a Hubbard que descreve a crença em inteligência extraterrestre e um ser supremo intergaláctico demoníaco que oprime os espíritos livres, tal como nas táticas de ficção científica. A igreja investiu contra o caso Fishman e pediu à justiça para proibir a exibição dos documentos. A igreja também usa a lei do copyright para evitar que outras pessoa publiquem partes deste e de outros documentos.


O próprio fundador instituiu a prática de "fair game" como forma de utilizar o sistema judicial como ferramenta para assediar os seus detratores públicos forçando-os a longos, penosos e onerosos processos judiciais e apesar de continuadamente negado, vários cientologistas tem história de uso de força bruta contra seus críticos (tais organizações são chamadas de supressoras de pessoas). Elas tem usado processos judiciais contra pessoas, jornais, revistas, estúdios de televisão, serviços de provedores de internet, agências governamentais e outras. Possuem uma quantidade recorde de testemunhos, por exemplo, um documento policial emitido em 1967 contra uma organização de jogos (se bem que tenha sido revogado posteriormente) o qual é lançado contra seus críticos e diz: "Devem ser enganados, processados, fraudados ou destruídos." A Igreja é uma das poucas organizações convictas de uso da fraude e do pleno uso frívolo dos processos judiciais com o fim de causar perturbação. A Fundação Fronteira Eletrônica mantém em documentos que relatam todos os esforços dispendidos pela igreja para interferir online com seus críticos. A organização explica que esta é a única forma que a igreja tem para sobreviver num ambiente tão hostil. Em épocas recentes, por exemplo, os Mórmons pegaram em armas e organizaram milícias para se defender dos que eram hostis a sua fé. A cientologia, vem demonstrando que prefere os meios cíveis em lugar das armas.


Alguns inimigos jurados da cientologia acusam a organização de manter uma operação "pasta negra" contra seus oponentes. Certamente gostariam de ver a igreja não sair em socorro de si própria, como ocorreu em 1970, quando um agente da igreja foi apanhado furtando documentos da cientologia nos arquivos da inteligência IRS. Depois deste episódio, ministros da igreja de Los Angeles, Califórnia e Washington D.C. foram descobertos e denunciados antes que acontecesse uma invasão de agentes do FBI. Onze componentes da equipe, alguns de alto posto se declararam culpados ou foram condenados pela alta corte baseadas nas evidencias colhidas pelo FBI e receberam sentenças de 2 a 6 anos (algumas suspensas). Há desacordo nas altas esferas da igreja devido as ações secretas para divertimento. Sabe-se que o ramo dos "brincalhões" "subiu nos sapatos" para o evento, "tirando os intestinos" da equipe e dúzias de pessoas foram expulsas ou sujeitas a pequenas sanções. A Igreja afirma que uma vez reorganizada, não irá permitir a formação de ramos com similar autonomia como os primeiros "brincalhões."


Cientologistas têm sido acusados por muitos anos de se manter lidando em seu ambiente de uma forma paranóide, reclamando de conspiração do governo, estabelecimentos médicos e psiquiátricos contra sua sobrevivência. Em 1993, ao mesmo tempo que havia o reconhecimento oficial da cientologia como Igreja, o Serviço da Receita Federal dos Estados Unidos fazia circular pela imprensa e governos estrangeiros documentos com literatura explicativa. Reconhecem que uma violação da sua autoridade foi mais ou menos coordenada numa campanha que remonta próximo de 1993 e o IRS, FBI e agências governamentais haviam apresentado uma grande quantidade de informações sobre a cientologia, para agências de inteligência estrangeiras.


Críticos reclamam que o acordo para o reconhecimento da igreja e a objeção contra ela havia sido exortada pelo IRS, que nega sem rodeios esta acusação.


Em alguns países, especialmente na Europa, governos e ou côrtes concordam com os críticos acerca dos efeitos negativos da cientologia. Em muito poucos casos a organização é banida; mas frequentemente é uma obstrução de pouco alcance, tais como o não reconhecimento como organização religiosa ou graus de dificuldades para a cientologia receber observadores em sua reuniões.


Exemplos de casos:
Na Grécia:
A Justiça ordenou a dissolução da secção grega de Scientology situada na Grécia e que tem o nome de "Kephe". A decisão foi tomada depois de um processo que terminou em 7 outubro de 2006.
Na Alemanha:
Em 1995, a Corte Federal do Trabalho (Bundesarbeitsgericht) determinou que a Cientologia "não é uma religião nem uma ideologia."
Em França:
Em 2009, a Igreja da Cientologia em França foi condenada pelo crime organizado de fraude, mas a decisão não impediu a Igreja de exercer a sua actividade no país, desde que essas não envolvessem a prática de ilegalidades
Em Outubro de 2009, o cineasta Paul Haggies abandonou a Cientologia depois de a religião ter proibido a união entre homossexuais.
Nos Estados Unidos:
Em 2011 foi anunciado que o FBI está a investigar a Cientologia por suspeitas de tráfico humano e trabalhos forçados


Cientologistas famosos
Anne Archer, atriz
Chick Corea, músico
Beck, músico
Billy Sheehan, músico
Giovanni Ribisi, ator
Isaac Hayes, ator e cantor
Jason Lee, ator
Jenna Elfman, atriz
Jennifer Lopez, atriz e cantora
John Travolta,ator
Juliette Lewis, atriz e musicista.
Karen Black, atriz
Katie Holmes,atriz
Kelly Preston, atriz
Kirstie Alley, atriz
Lisa Marie Presley, atriz
Priscilla Presley, atriz
Sonny Bono, músico, político
Tom Cruise,ator